quinta-feira, 12 de julho de 2012

Princípios para a Proclamação da Palavra


Marcos 6b-13

http://www.cruzblanca.org/hermanoleon/


Gostaria de compartilhar alguns princípios que aprendi a respeito da proclamação do evangelho que devem nortear aqueles que desejam proclamar o evangelho. As vezes uso o termo "plantador" por que este texto é parte de um trabalho que escrevi sobre plantação de igrejas.
O primeiro princípio é que é necessária capacitação para que a proclamação do evangelho seja levada a efeito de modo satisfatório. O Senhor Jesus envia aqueles a quem ele separou e capacitou de maneira especial para esse fim. Em dias em que o evangelho tem sido confundido com teologia de autoajuda e prosperidade, é necessário conhecer e saber aplicar o conteúdo do evangelho no contexto em que o plantador está inserido.
Outro ponto que fica claro no texto é que a proclamar o evangelho é o mesmo que ensinar o evangelho. Esse ponto surge do modo como Jesus exercia sua missão. O Texto diz que ele ensinava (διδασκων), o que pressupõe que a proclamação do evangelho não era algo instantâneo, que se resolvia tão somente com uma exposição de 5 minutos e um “levantar de mãos”. Os doze haveriam de se hospedar nos lares e permanecer ali até cumprirem sua missão de ensinar o evangelho do Reino de Deus.
Em terceiro lugar, os discípulos não tinham autoridade para fazer o que faziam vinda de si mesmos. Eles foram revestido de autoridade pelo Senhor Jesus, o que testificava a autoridade que tinham era o poder manifesto na cura e na expulsão de demônios. O uso do óleo, antes de ser compreendido com algo de uso medicinal ou um elemento misteriosamente poderoso e capaz de curar, deve ser interpretado como um símbolo do Espírito Santo, ou seja, da ação de Deus. A unção com óleo na cura de alguém pelos discípulos deveria simbolizar que o poder de curar não vinha deles, mas do próprio Deus.
Outra lição que fica patente é que eles deveriam depender totalmente de Jesus no exercício de sua missão.  Eles deveriam buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua Justiça, que as demais coisas seriam acrescentadas (Mateus 6.33). Ele eles haveriam de ver confirmada nesta primeira experiência evangelística longe do Grande Mestre, a confirmação de Sua promessa (Lucas 22:35).
Fica claro também que, pela natureza das ordens de Cristo, os discípulos deveriam compreender que a proclamação do evangelho, e consequentemente a plantação de igrejas, não tem por objetivo o lucro financeiro. O pregador do Evangelho é o portador da Palavra de Deus e não do Gazofiláceo. É muito embora, as Escrituras estabeleçam claramente o direito ao salário daqueles que se dedicam integralmente à proclamação do Evangelho (1 Coríntios 9.9-14), ele também estabelece, que mesmo estes não devem exercer seu ministério visando lucro (2 Coríntios 2.17).
Finalmente, o conteúdo da mensagem do evangelho continua a girar em torno do arrependimento (v.12, conf. Lucas 24.47). Essa foi a mensagem do Senhor Jesus, foi a  mensagem dos apóstolos e deve ser a mensagem da Igreja. 
 Associado a isso, o fato de serem enviados de dois em dois, significa mais do que a mútua cooperação na pregação, mas também pelo fato de que, na cultura judaica, o testemunho de duas pessoas a respeito de algo se estabelece a veracidade dos fatos (Deuteronômio 17.6; 19.15; 2 Coríntios 13.1; 1 Timóteo 5.19). Portanto, a fidelidade quanto ao conteúdo era fundamental para que toda a missão fosse revestida de êxito. Não era a conversão das pessoas que estabelecia esse fato (v.11), mas a fidelidade com o conteúdo do evangelho.
Pregar o Evangelho é coisa séria, e deve ser compreendido plenamente para que possamos fazê-lo com dignidade e correção!

terça-feira, 19 de junho de 2012

O Propósito para o Qual Deus nos Chamou


Recebi essa questão pelo facebook e resolvi postar minha resposta.



“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” 1 Pedro 2:9

Não precisa de uma exegese profunda para, à luz deste texto, saber qual é o desejo ou propósito de Deus para as nossas vidas. O próprio texto diz o “porque” somos geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. E a resposta é simples: “para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
PERGUNTA:

Porque a maioria dos cristãos não tem realizado essa tarefa?





O texto pode ser dividido em duas partes aquilo que somos ( sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus e aquilo devemos fazer (a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz). Percebemos que uma coisa depende da outra, Ou seja, para cumprirmos nosso propósito de Anunciar deveríamos, de fato, viver como relatado na primeira parte. Todavia....

Esquecemos que fomos “Eleitos” que fomos alcançados pela Soberana Vocação de um Deus Todo Poderoso. Insistimos em nos posicionar no centro de toda a realidade e colocarmos na nossa conta a conquista da salvação. A obra de Cristo na Cruz não é mais para salvar eleitos, mas apenas para dar ao homem "soberano" em seu livre arbítrio a possibilidade de ser salvo ou não! Tornamo-nos arrogantes!

Esquecemos que somos sacerdotes (todos os salvos o são). Com livre acesso ao Pai, para clamar o perdão, para adorá-Lo, e pedir que possamos proclamar ousadamente o evangelho; mas insistimos em confiar em milagreiros e celebridades televisivas e apostólicas. Não usamos o nosso sacerdócio na plantação de igrejas, na evangelização, na vida comunitária; e quando o usamos para alguma coisa é para, inutilmente, pedir para o nosso próprio deleite;

Esquecemos de levar santidade à sério, senão, desde a muito, Deus já teria operado maravilhas em nosso meio. Mas em vez de obedecerem à ordem  “Sede santos porque Eu Sou Santo”, as igrejas se venderam ao mundanismo, ao dinheiro, à politicagem, às grandes gravadoras e acham que isso é poder de Deus. Devemos lembrar que O diabo ao tentar o  Senhor Jesus no deserto lhe ofereceu “todos os reinos do mundo e a glória deles”. Mas em vez de dizer, “Não só de pão viverá o homem” disseram, “Tô nessa”.

Esquecemos que Cristo morreu por nós para que fôssemos “ um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tito 2.14). Um povo exclusivo do Senhor é um povo identificado pela fé e pelas boas obras. Se os 40 milhões de crentes de resolvessem declarar que são filhos do “Dono de todo ouro e toda prata” ajudando as 1,4 milhão de crianças que são obrigadas a trabalhar em vez de vez apresentar carros e casas caras.

Esquecemos que Deus nos tirou das “Trevas para Sua maravilhosa Luz”. Isso  mesmo, nós não nascemos na luz, nossa origem é nas trevas. Nascemos mortos em delitos e pecados, “estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo”. Essa lembrança deveria não apenas nos levar à adoração e regozijo de um povo que foi tirado das Trevas (não saiu por conta própria), mas também fazer-nos humildes, nos livrar de toda arrogância e prepotência.

Este texto (1Pe 2:9) maravilhoso e diz o que a Igreja é! Mas está longe de expressar aquilo que nos tornamos. Que Deus nos perdoe e se agrade em fazer renascer em nós seu propósito original!


Romanos 3.21-31

Romanos 3.21-31