Você já deve
ter ouvido alguém dizer que não tem dom para evangelizar e por isso não se
arrisca a falar das boas novas do Reino de Deus para as pessoas com medo de
falar algo errado. É verdade que certas pessoas têm mais facilidade para falar
do que outras, por serem mais extrovertidas ou por estarem ligadas ao ensino em
suas igrejas. E quando vemos que existem irmãos com mais desenvoltura que a
gente para tratar dessa questão, descansamos no pressuposto de que tais pessoas
são assim por que tem dom específico para isso enquanto elas não.
O problema
surge quando lemos no evangelho de Mateus que nosso Senhor Jesus nos deu uma
ordem; e a deu para todos os membros do seu corpo, a Igreja. Assim sendo, a
proclamação do evangelho não é apenas uma questão de exercício de certos dons,
mas de obediência. Parece-me que alguns pontos precisam enfatizados.
O primeiro é: Se
existe um dom que é exigido para pregar o evangelho, este é o dom da salvação.
Sim! Aquele que pretende obedecer a ordem de cristo precisa ter atendido
primeiro a mensagem que ele pretende pregar. Não se pode pretender que alguém
obedeça algo que nem você mesmo ainda obedeceu. É preciso ser convertido para
ser usado por Deus na conversão de outras pessoas.
Outro ponto que
precisa ser observado é que a proclamação do evangelho não é um evento, mas um
estilo de vida. Muitos acham que evangelizar é somente quando marcamos um
sábado à tarde e, com folhetos nas mãos, vamos de dois em dois, de casa em casa
e ou abordando as pessoas no meio das ruas. Tais coisas podem funcionar, mas
estão longe de ser a proposta do Reino de Deus para a sociedade. Quando Jesus
enviou os setenta de dois em dois, Ele não tinha a intenção de criar um método
evangelístico, mas de evangelizar e mostrar
para as cidades que o Reino de Deus estava próximo, na verdade estava entre ele.
Assim sendo, a proclamação das Boas Novas é algo que deve fazer parte do nosso
dia a dia, uma mensagem que compartilhamos principalmente com nossos amigos,
com as pessoas com as quais convivemos e teremos tempo de acompanhar, apoiar e
discipular.
No entanto,
alguns podem estar perguntando: Então para que serve o pastor? Não é ele quem
deveria pregar o evangelho? O papel da gente não é criar o evento e colocar o
pastor lá na frente para pregar? Afinal ele não recebe para isso? Você pode
achar que não, mas existe gente tacanha o suficiente para pensar desse jeito. São
pessoas acostumadas a pensar em evangelização nos termos que eu coloquei acima,
em termos de eventos. São os crentes “Lady Kate” que, direta ou indiretamente,
vivem dizendo “Tô pagaaando”. É isso mesmo, acham que por darem dízimo e oferta
para missões estão quites com a missão. A percepção que tais pessoas têm a
respeito do ministério pastoral denuncia o cristianismo consumista em que elas
vivem. Elas não sabem que o papel primordial do ministro da Palavra é equipar
os santos. Sim! Ensiná-los e capacitá-los a irem e viver um cristianismo que
proclame o evangelho com os lábios e com a vida.
Somando-se a
isso devemos levar em consideração que, não obstante o fato da mensagem do
evangelho ser sublime e constituir no maior mistério (algo que estava oculto,
mas que foi revelado) de todos; ela não é necessariamente complexa de se
explicar; pode ser complexa para se aceitar mas não para se explicar. Mas como
não somos capazes de converter ninguém, nem mesmo de convencê-los, tudo que
temos que fazer é sermos fiéis ao conteúdo da mensagem que diz que o Deus Todo
Poderoso exige que todos se reconciliem com Ele mediante o arrependimento e a
fé no Seu Filho Jesus Cristo para que seus pecados sejam cancelados, para que
eles sejam declarados justos, feitos filhos de Deus e herdeiros da vida eterna.
É isso aí,
evangelizar é uma questão de obediência! Por isso procure meios de aprender a
evangelizar com fidelidade, os métodos são instrumentos interessante, mas o
conteúdo da mensagem é primordial. Busque cumprir a missão para a qual Deus te
chamou!