terça-feira, 1 de maio de 2012

Cerimônias do Antigo Testamento: Meios da Graça de Deus





Depois que o primeiro pecado ocorreu, não houve nenhum outro meio do ser humano relacionar-se com Deus que não fosse pela ação, de “mão única”, chamada “Graça”. Sim, toda ação humana sincera e amorosa para com Deus não passa de uma resposta à iniciativa divina de nos amar e salvar; iniciativa de Deus de reconciliar um povo com Ele mesmo (Jn 2.9, Ef 2.8; Ap 7.10). Por isso, não podemos confundir o regime da Lei e das observâncias cerimoniais com o “Pacto das Obras” porque este foi feito com o homem enquanto tinha condições de obedecer a Deus, ou seja, antes que o primeiro pecado ocorresse.
O pecado não se trata de uma desobediência a um ser qualquer, mas a Deus e, quanto mais conhecemos a respeito da Santidade e Majestade de Deus, mais sabemos sobre o peso e gravidade do nosso pecado. Este produziu consequências eternas e tão profundas que só o Deus eterno podia mudar (Mt 19.26). Portanto, não era possível um novo “Pacto” com base nas obras do ser humano uma vez que todas as suas ações até as melhores delas não passavam de mera desobediência (para não dizer algo pior! - Is 64.6), pelo simples fato de não serem feitas com o propósito correto.
Deus, para relacionar-se conosco, fez um Novo Pacto, uma Nova Aliança, baseada na “Obra” de Seu Filho Jesus Cristo, que veio ao mundo para ser aquele por meio de quem seríamos salvos da condenação que pesava sobre nós, faria de nós um povo salvo, remido e santo! Sim, “Santos” e, pasmem, “justos”!! Não pelos nossos méritos, mas pelos Seus próprios méritos. Logo, não podemos pensar que Jesus de Nazaré é apenas um personagem do Novo Testamento, como Pedro, João e Paulo. Não, Jesus é o Filho de Deus e está no centro da história. Ele é o Centro do Antigo e do Novo Testamentos.
Nunca houve salvação de seres humanos com base em obras porque estes, quando tiveram a oportunidade de serem obedientes na pessoa do primeiro ser humano, falharam peremptoriamente. Assim sendo, salvação só por meio da graça. A natureza pecaminosa do ser humano o torna, não apenas um deficiente na realização da vontade de Deus, mas “morto” e impossibilitado de sequer compreender as coisas espirituais (1Co 2.14), ou seja, as coisas relacionadas a Deus.
Então, o que foram as Leis cerimoniais, as ofertas e todas aquelas coisas prescritas no Antigo Testamento, se não eram regra para a salvação? Elas eram aquilo que hoje chamamos de “Meios de Graça”. Eram os meios de graça que tinham o propósito de fortalecer a fé no Messias que haveria de vir (Rm 3.20-25). Os cerimoniais do Antigo Testamento Eram “sombras” de Cristo (a imagem real Cl 2.17Hb 10.1), como nos ensina o autor aos Hebreus. Vislumbravam o Messias como um evento por vir; e, como todas as bênçãos advindas com Ele obviamente ainda não tinham ocorrido, era necessário que os meios, ou instrumentos, para fortalecer a fé deles fossem um sistema muito mais complexo e organizado por força de lei. Porque o Espírito que lhes imprimiria a lei no coração não fora enviado (porque só o seria pelo Messias). Essa era uma promessa clara no Antigo Testamento.
Sim, eram “Meios de Graça” do mesmo modo como no Novo Testamento temos a leitura da Palavra, as orações e a adoração comunitária. Essas, embora bem mais simples, são muito mais poderosas em seus efeitos de fortalecimento da fé por causa do Espírito Santo que fora enviado no Dia de Pentecostes, e que habita na Igreja de Cristo e a ensina no caminho em que deve andar.

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